Clubes querem punições mais rigorosas contra o racismo no futebol

Os clubes brasileiros decidiram dizer basta e enviaram uma carta à Fifa fazendo críticas à Conmebol. A ideia é dar um basta nos atos racistas como o que o atacante Luighi, do Palmeiras, enfrentou recentemente. Os clubes não apenas pedem uma revisão no caso específico do Cerro Porteño, mas também querem mudar toda a abordagem das punições no futebol.

Aumentando a Severidade das Punições

Na carta, os clubes sugerem que as multas sejam bem mais pesadas, chegando a R$ 2,9 milhões em casos onde não se consegue identificar quem cometeu o ato racista. E se houver reincidência? Aí eles querem expulsão direta do time do torneio. E isso valeria para qualquer um filiado à Fifa.

O documento foi assinado pelo Palmeiras e pelas duas ligas do futebol brasileiro: Libra e Liga Forte União (LFU). O objetivo é ajustar a punição no infeliz evento da Libertadores Sub-20 e pressionar por um protocolo eficaz contra o racismo.

Propostas dos Clubes

Os clubes não pararam por aí; eles apresentaram um pacote de propostas:

• Monitoramento da FIFA: Querem que a Fifa esteja em cima, garantindo que o jogo seja pausado assim que qualquer ato racista ocorrer, e só continue depois que os responsáveis forem retirados do estádio.
• Multas em caso de falhas: Se a aplicação do protocolo falhar, eles defendem que a associação membro responsável pague uma multa.
• Multas pesadas sem identificação: Quando não se sabe quem é o culpado, a multa mínima sairia por US$ 500 mil (aproximadamente R$ 2,9 milhões). Caso se identifique e tome as medidas certas, a multa cai para US$ 100 mil (cerca de R$ 583 mil).
• Reincidência implica desclassificação: Qualquer repetição de práticas racistas culminaria na desclassificação imediata do time.
• Registro de envolvidos: Criar um banco de dados de torcedores, clubes, e qualquer pessoa envolvida em racismo.

Racismo Persistente na América do Sul

A carta aponta como o racismo continua sendo um problema enraizado, desde a colonização. Os dirigentes acendem um alerta sobre o aumento de casos nas competições organizadas pela Conmebol, mencionando especificamente o crescimento dos relatos envolvendo brasileiros.

Os dados apresentados pelo Observatório de Discriminação Racial no Futebol são alarmantes e mostram o quão urgente é essa reforma nos regulamentos tanto da Fifa quanto da Conmebol para instituir medidas antirracismo realmente eficazes.

Com essa iniciativa, os clubes brasileiros esperam não apenas uma reforma no futebol, mas também reforçar que o racismo não tem espaço em nenhum campo do mundo.