
Clubes Recuam em Debate Sobre Veto ao Gramado Sintético no Brasileirão
Na reunião marcada para hoje na CBF, o esperado veto ao gramado sintético no Brasileirão não vai nem entrar em pauta. Apesar de o assunto fazer parte da conversa, a ideia não é decidir prazos ou impor restrições ao uso da grama artificial.
Discussões e Estudos em Andamento
A CBF pretende apresentar um estudo sobre lesões da última edição do campeonato, enquanto os clubes querem estender a discussão para a Comissão Nacional de Clubes — um órgão que eles estão interessados em fortalecer.
Luiz Eduardo Baptista, o Bap, presidente do Flamengo, comentou: "Gramado sintético está em uma outra subcategoria de produtos. Está mais em uma área ligada à comissão nacional de clubes, para você discutir melhores práticas. Dificilmente seria decidido amanhã (hoje).”
Prioridades e Investimentos
Um consenso foi estabelecido durante reuniões com os clubes: há temas mais urgentes que precisam de atenção, como fair play financeiro e direitos comerciais, em vez de debater um único ponto do regulamento. Além disso, com investimentos recentes na instalação de gramados sintéticos, muitos sugerem que é melhor aperfeiçoar a qualidade dos gramados em geral.
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, reforçou: "Não entra. Não terá votação. Vamos criar comitês para estudar não só as questões do gramado sintético, mas sim a qualidade dos gramados no Brasil. Isso é importante. É muito melhor ter um gramado sintético de qualidade do que nossos atletas estarem jogando nos gramados horrorosos que tem Brasil afora." Com o Palmeiras, Botafogo e Atlético-MG investindo em campos sintéticos, ela destaca que a decisão de não votar não é uma vitória para seu clube, mas sim uma questão de bom senso.
A Questão dos Gramados Naturais
Leila também fez uma comparação interessante sobre as condições dos gramados: "Não é vitória do Palmeiras. É bom senso. Porque não é possível compararmos. 'Ah, mas não tem sintético na Premier League'. Mas olha os gramados naturais de lá. Se no Brasil inteiro tivermos os gramados da qualidade da Premier League, eu concordo."
A pressão das últimas semanas veio de um movimento iniciado por jogadores nas redes sociais, sob o lema: "futebol profissional não se joga em gramado sintético." Vale lembrar que no ano passado, o veto também não foi votado, pois o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, considerou que seria muito em cima da hora para o campeonato seguinte.
No fim das contas, parece que a conversa sobre os gramados sintéticos ainda vai longe, mas por enquanto, os clubes preferem não acelerar o debate.
Fonte: UOL - Clubes tiram o pé na discussão sobre veto ao sintético no Brasileirão