author picture

·Fernando del Cantão·

O Maior Goleiro do Inter

Uma Despedida Inesquecível

Escrito por Fabrício Carpinejar

É com uma tristeza danada que nos despedimos do maior goleiro da história do Inter, o icônico Homem-Borracha. Ele era como um inimigo das luvas, um verdadeiro milagreiro que jogava com dedos quebrados e retorcidos. Sabe como ele fazia? Cuspia na palma da mão e esfregava areia, sem querer nada que o separasse da bola. Não tem como não admirar esse amor que ele tinha pelo futebol!

Se você acha que um centroavante ama a rede, precisa conhecer a paixão deste cara pela bola. Ele era tão fantástico que até criaram o Dia do Goleiro em sua homenagem, comemorado no dia 26 de abril, seu aniversário.

A Última Jogada de Manga

O pernambucano Haílton Corrêa de Arruda, carinhosamente conhecido como Manga, se despediu aos 87 anos no dia 8 de agosto. Ele lutava contra um câncer de próstata e estava internado no Hospital Rio Barra, no Rio de Janeiro.

Manga começou sua carreira no Botafogo de 1959 a 1968, onde fez história jogando 442 partidas. No time carioca, levou para casa quatro Campeonatos Cariocas, três Torneios Rio-São Paulo e até o Torneio Intercontinental em Paris. Ele foi uma estrela junto a outros craques como Nilton Santos e Garrincha, e ainda defendeu a seleção na Copa de 1966.

Depois, o cara virou um ídolo no Nacional do Uruguai, onde conquistou a Libertadores em 1971 - e ainda é recordista de partidas nesse torneio. Mas foram nos anos 1975 e 1976 com o Internacional que Manga mostrou todo seu talento: ele foi fundamental para o título de bicampeão brasileiro e octacampeão gaúcho. Lembro até de uma jogada surreal onde ele conseguiu segurar um escanteio com apenas uma mão!

Coragem e Determinação

Na véspera de uma final em 1975 contra o Cruzeiro, Manga quebrou dois dedos no treino. Mas isso não o fez desistir! Ele tirou o gesso e estava lá, fardado para a decisão. Em um momento épico da partida, mesmo sem a barreira, ele defendeu um tiro poderoso de Nelinho como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Não era para qualquer um, mas ele fez parecer simples! A torcida ficou tão empolgada com a defesa quanto ficaria com um gol!

E olha que a estreia dele no Inter não foi nada fácil, com falhas nos dois primeiros jogos em 1974. Mas, graças à insistência do técnico Rubens Minelli, ele se firmou e logo virou um mito nas balizas, mostrando uma garra e disposição impressionantes, dignas de um menino.

Legado Imortal

Manga ainda garantiu títulos estaduais para diversas equipes, como Operário MS (1977), Coritiba (1978) e Grêmio (1979), além de um campeonato nacional pelo Barcelona de Guayaquil (1981). Ele deixou sua marca e construiu uma legião de fãs por onde passou. Após pendurar as chuteiras, virou preparador de goleiros no Equador e nos Estados Unidos, mostrando que sua paixão pelo futebol nunca teve fim.

Ele desafiava a lógica e fazia o que parecia impossível, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Com reflexos felinos, estava sempre à frente dos atacantes, quase como um telepata que sabia o que viria a seguir. Com sua personalidade ranzinza e provocadora, Manga era realmente único e acreditava tanto em si que até gastava o prêmio de vitória antes de conseguir.

Quem teve o privilégio de assistir a esse gênio em campo sabe que suas habilidades ficarão eternamente na memória do torcedor!

Publicado originalmente no jornal Zero Hora.

Fonte: UOL - O maior goleiro do Inter

Participe da discussão, deixe também o seu comentário!

Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!