Defesa de Bruno Henrique: "Conversas da PF estão fora do contexto"

A primeira declaração da defesa

A defesa do atacante Bruno Henrique, do Flamengo, finalmente se pronunciou após a Polícia Federal (PF) divulgar o indiciamento do jogador e as conversas encontradas em celulares recolhidos durante a operação que investiga um suposto esquema de apostas.

Segundo os advogados do jogador, as conversas mencionadas pela PF estão completamente fora do contexto. “As distorções que estão sendo causadas pela interpretação e divulgação indevida de mensagens privadas, fora de contexto, serão esclarecidas no curso do processo. O atleta confia que o Poder Judiciário oportunamente corrigirá a injustiça que está sendo cometida”, disse a defesa em um comunicado.

Ricardo Pieri Nunes, o advogado à frente do caso, reforçou que Bruno não está envolvido em nenhum esquema de apostas. “O atleta Bruno Henrique é conhecido e respeitado por sua simplicidade e comprometimento com o esporte. Nunca esteve envolvido em esquemas de apostas. Pelo contrário, acredita que o negócio de apostas deveria sofrer cada vez mais restrições pelas autoridades”, completou.

O que está em jogo

A investigação rola por conta do cartão amarelo que Bruno recebeu na partida entre Flamengo e Santos, pelo Brasileirão 2023. A PF encontrou mensagens entre o jogador e seu irmão, Wander Nunes Junior, o Juninho, que sugerem uma possível dica para a aposta no cartão amarelo de Bruno.

Em dois momentos bem claros das mensagens, Juninho pede ajuda financeira ao jogador, mencionando que o dinheiro que deveria receber da aposta estava "travado". Ele afirma: "No dia que você me deu ideia do cartão, eu apostei 3 mil pra ganhar 12 mil. Só que até hoje eles não pagaram, colocaram a aposta em análise e o dinheiro está todo preso lá". Ele então pede 10 mil ao irmão para resolver suas pendências, destacando que precisa pagar o cartão de crédito e a pensão das crianças, como já relatado pelo UOL.

Em resposta, Bruno Henrique enviou ao irmão uma espécie de comprovante de depósito e comentou: “Pegando o dinheiro você paga em”.

Situação atual

Além disso, as mensagens incluem conversas entre Juninho, Ludymilla (cunhada de Bruno) e Claudinei Mosquete Bassan, outro investigado, que também indicam movimentações de apostas.

Bruno Henrique é um dos dez alvos indiciados após as investigações da PF. Agora, a bola está com o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), que vai analisar as evidências e decidir se o grupo será formalmente denunciado.

No âmbito da Justiça Desportiva, o STJD aguarda o compartilhamento das provas para avançar na denúncia contra o jogador, que corre o risco de ser suspenso.

Mesmo diante do turbilhão, Bruno Henrique continua na lista do Flamengo para os jogos e até embarcou com a delegação rumo a Quito, no Equador, onde o time enfrenta a LDU na próxima terça-feira pela Libertadores.