
Trump alivia o clima com imigrantes no Mundial, mas a tensão ainda está no ar
O Mundial de Clubes tem trazido muita emoção para os torcedores, mas, como sempre, a política não fica de fora. Recentemente, uma reportagem do UOL fez algumas abordagens sobre o tema da imigração em meio aos jogos, e os resultados foram bem variados.
Torcedores e a política de imigração
Imagine a cena: um torcedor nos seus 30 anos, com uma camisa de um clube brasileiro, estava no Metlife Stadium, e quando perguntado sobre a política de imigração de Donald Trump, a resposta veio rápida: “não quero falar sobre isso”. Não demorou muito para que um colega de torcida, ao ouvir a situação, soltasse: “Eu sei porque ele não quis falar contigo. Ele está ilegal.”
A situação se repetiu na Filadélfia, durante o jogo entre Manchester City e Wydad Casablanca. Quando um torcedor marroquino foi questionado sobre política, rapidamente ele bloqueou a câmera e disparou: “Politics no”.
Essas cenas revelam duas coisas importantes: primeiro, até agora, em jogos do Mundial, o Trump parece ter dado uma leve suavizada nas operações contra imigrantes sem documentos. Mas, ao mesmo tempo, a ausência dos agentes da imigração (ICE) não significa que a preocupação desapareceu.
O clima de medo
Parece que há um consenso entre os brasileiros que vivem nos EUA: eles estão com medo de que a imigração apareça nos estádios. Por isso, alguns decidiram vender os ingressos que tinham comprado. Claiton Vieira, torcedor do Flamengo, comentou para o UOL na véspera da estreia do Mundial que “muita gente local está vendendo os ingressos por medo de ir nesses locais”.
Apesar de a competição ter começado sem problemas sérios, a opinião geral é de que o governo americano poderia utilizar o futebol, um esporte com forte presença latina, como uma forma de alcançar quem não está regularizado.
Outro torcedor, do Fluminense, fez uma observação preocupante: “Estão deportando até quem está fazendo o processo de imigração legalizado. Eles atuam discretamente, para ninguém perceber e evitar protestos.” Mesmo ele, que tem seu green card, pediu para não ser identificado.
A presença do ICE e as regras de segurança
Até aqui, o UOL não viu nenhum agente do ICE em nenhum dos jogos do Mundial, e parece que os torcedores também não notaram. As regras de acesso aos estádios estão focadas na proibição de itens perigosos e a segurança é rigorosa. No Lincoln Financial Field, por exemplo, até cães farejadores estão sendo usados e mochilas só podem ser transparentes.
Um torcedor da “Flu Boston” falou no Metlife Stadium que “existe, sim, um receio, mas até agora não vimos nada comprometedor dentro ou fora do estádio. Tudo está normal”.
Por outro lado, Alberto Ferreira, que mora nos Estados Unidos há 29 anos, não é tão otimista. Ele esteve no Metlife para ver o jogo contra o Al Ahly e levantou sua própria teoria: “Os policiais de imigração estão disfarçados. Em Orlando, andavam em carros velhos para não chamar atenção”.
Um clima tranquilo, mas a tensão à espreita
Por enquanto, a atmosfera para os imigrantes durante a fase de grupos do Mundial está “suave”, mas isso pode mudar. Na última segunda-feira, Trump declarou que pretende intensificar as operações contra imigrantes em várias cidades, incluindo Los Angeles e Nova York, que também são sedes do torneio. Segundo ele:
“Nós devemos ampliar os esforços para deter e deportar imigrantes ilegais nas maiores cidades dos Estados Unidos, como Los Angeles, Chicago e Nova York, onde milhões e milhões de imigrantes ilegais residem.”
Operações recentes do ICE em Los Angeles desencadearam protestos, e Trump já enviou guardas nacionais e fuzileiros navais para lidar com a situação.
No último sábado, o país viu uma série de manifestações contra as ações de Trump, incluindo um ato pacífico em Filadélfia.
Futebol e política: em busca de diversão em tempos difíceis
A festa do Mundial contrasta com a tensão geral do país. Além da polêmica em torno da imigração, Trump também flerta com a possibilidade de um ataque ao Irã, que está em conflito com Israel.
A Casa Branca anunciou que o presidente deverá tomar uma decisão em até duas semanas, período em que negociações ainda estão ocorrendo.
Cláudio Fonseca, um torcedor do Flamengo que foi ao Mundial com a família, expressou sua preocupação: “Vim com meus filhos e minha esposa para nos divertirmos, e não para nos preocuparmos com guerras.”
O clima continua tenso, mas esperamos que o futebol traga um pouco de alegria em meio a tudo isso!
Fonte: UOL - Trump alivia com imigrantes no Mundial, mas medo ainda paira no ar em jogos