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·Fernando del Cantão·

Por que os árbitros brasileiros brilham no exterior e são criticados aqui?

Você já parou para pensar sobre a diferença de como os árbitros brasileiros são vistos lá fora e aqui no Brasil? É interessante notar que o perfil espanhol Archivo VAR, que se dedica a analisar as arbitragem, elogiou a atuação do brasileiro Ramon Abatti Abel no jogo entre Real Madrid e Pachuca, no Mundial de Clubes. Não é pouca coisa! O cara até expulsou um jogador logo nos primeiros minutos, o que garantiu ao zagueiro Raúl Asencio o título de "vermelho mais rápido do Mundial".

Um olhar sobre a atuação dos árbitros brasileiros

Nas redes sociais, o que se vê são muitos brasileiros incrédulos e fazendo piada sobre o elogio. Mas, para você ter uma ideia, tanto Abatti quanto seu conterrâneo Wilton Pereira Sampaio conseguiram realizar duas partidas cada um com atuações dignas de aplausos e sem nenhuma grande controvérsia.

Curioso, né? Apesar das críticas que costumam receber no Brasil, a verdade é que nossos árbitros parecem se sair muito melhor quando estão lá fora. Alguns relatos anônimos de árbitros que falaram com o UOL confirmam essa percepção. Gente com experiências diversas, tanto ativos quanto aposentados, mencionam que a pressão que enfrentam no Brasil é bem diferente daquela sentida em competições internacionais.

O clima fora é diferente!

Vamos ser sinceros: a pressão em competições internacionais é bem menor. Os árbitros entram em campo com muito mais tranquilidade, sem aquelas rodinhas de protestos e discussões acaloradas. Como disse o ex-árbitro Carlos Eugênio Simon, que agora é comentarista da ESPN:

“Os árbitros brasileiros estão bem porque estão sem pressão. No Brasil, é todo mundo tenso, não tem respaldo.”

E ele tem razão! O lance do Asencio é um ótimo exemplo: expulsão clara sem nenhum drama.

O VAR e as novas regras

Outra boa novidade é a aplicação do VAR, que agora tem um "ajudante" chamado impedimento semiautomático. O Wilton e o Abatti têm uma ótima reputação com a FIFA. Por exemplo, Ramon acionou o protocolo antirracismo no segundo tempo do jogo, mostrando que além de árbitro, também sabe manejar questões sociais.

Wilton já esteve na última Copa do Mundo e tem uma vasta experiência em competições da FIFA. Detalhe: ele vai completar 44 anos em dezembro e ainda tá jogando muito! Já o Abatti, que vai fazer 36 anos em setembro, se destacou nos Jogos Olímpicos e na FIFA.

Um ex-árbitro comentou que quem apita nesses grandes torneios geralmente chega com uma mentalidade diferente, considerando a pressão e a responsabilidade que vêm com a oportunidade. No Brasileirão, um erro pode significar algumas rodadas fora, mas em torneios de curto prazo, isso pode significar a eliminação.

O bom momento da arbitragem brasileira no Mundial

Com dois jogos no Mundial, Wilton e Abatti têm mostrado que a FIFA confia neles. A comissão de arbitragem da CBF já estava orgulhosa muito antes do torneio, especialmente por conseguir escalar dois trios completos, ainda que sem VAR.

Rodrigo Martins Cintra, da CBF, afirmou:

“Como que a gente analisa se o árbitro brasileiro é bom? Pelas escalas internacionais, pela quantidade de acertos.”

E olha que eles estão bem em comparação com árbitros dos Estados Unidos, que é a sede do Mundial, tendo somente um representante. Esses são dados que falam mais alto sobre o respeito que a arbitragem brasileira recebe no cenário mundial.

Além disso, os árbitros brasileiros já estão mais familiarizados com as regras que só entraram em vigor recentemente na Europa, como a nova contagem de oito segundos na posse de bola dos goleiros.

No fim das contas, os árbitros estão desejando ir o mais longe possível no torneio, mas se tiver um time brasileiro na final, eles estarão de fora. Afinal, não dá pra ter tudo na vida, né?

Fonte: UOL - Por que árbitros brasileiros dão certo lá fora e são criticados por aqui?

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