
Crise dos Opioides: O Lado Oculto do Mundial de Clubes
Um Olhar Além do Espetáculo
Enquanto todos os holofotes estão voltados para o Mundial de Clubes e suas partidas emocionantes, tem uma realidade sombria que merece ser discutida. Em Newark, na estação Penn Station, a cena é desoladora. Um homem na faixa dos 30 anos anda devagar, com a cabeça baixa e a postura curvada, enquanto outro, mais velho, grita e se contorce no chão. Essa não é apenas uma representação do drama das drogas, mas sim um reflexo de uma crise muito maior que abala os Estados Unidos – a epidemia de opioides.
Por trás da imagem perfeita
Os Estados Unidos costumam ser vistos como o país dos campos verdes e da prosperidade. Porém, a realidade é bem diferente quando se fala sobre o vício em opioides e drogas sintéticas, uma crise que faz as cracolândias do Brasil parecerem menos impactantes.
A Newark Penn Station é um ponto de passagem para os torcedores que vêm de outras cidades, como o Fluminense e o Palmeiras. Ao chegar, muitos se deparam com uma recepção nada glamourosa: usuários de drogas, moradores de rua e um cenário de abandono.
Números alarmantes
Em 2022, Nova Jersey registrou 2.900 mortes por overdose, com impressionantes 80% dos casos ligados a opioides sintéticos, como o fentanil. Os dados são alarmantes, considerando que o estado está entre os cinco com mais mortes per capita. Newark é um dos epicentros do uso de drogas na região.
A Filadélfia também enfrenta o desafio
Pegando um trem, você chega rápido à Filadélfia, onde a crise é igualmente devastadora. A cada dez horas, uma vida é perdida por overdose, segundo dados do Departamento Público de Saúde e do "ODMap”, um mapa de overdoses em tempo real. Kensington, um dos bairros mais afetados, abriga cerca de 40% das overdoses da cidade e já foi considerada o “maior mercado de drogas ao ar livre” da costa leste dos EUA.
Uma luta constante contra a fentanil
A fentanil é a protagonista dessa tragédia, responsável por 80% das overdoses fatais na Filadélfia. A situação piora quando essa droga é misturada com outras substâncias como heroína e cocaína.
Em segundo lugar, temos a xylazina, que está por trás de 34% das overdoses. Assim como o nome indica, esse sedativo foi desenvolvido para animais grandes e tem um efeito devastador no corpo humano, provocando úlceras que, em muitos casos, resultam em amputações. Já a metanfetamina representa 25% das overdoses fatais.
Tratamento e políticas públicas
Diante dessa crise, algumas ações estão sendo tomadas. Nova Jersey processou empresas farmacêuticas que fabricavam opioides, e o dinheiro que entrou nos cofres públicos está sendo usado para tratamento e mitigação do problema. Em 2017, uma nova lei limitou a prescrição de opioides para tratamentos de dor aguda a, no máximo, cinco dias.
Estima-se que o custo total dessa crise para o governo americano chegue a US$ 1,4 bilhão, contemplando emergências médicas, tratamento, policiamento e limpeza urbana.
Um passo à frente
Diversos projetos sociais têm surgido para ajudar dependentes químicos, oferecendo assistência médica e psicológica. Embora os números de overdoses estejam diminuindo lentamente, o desafio é monumental. Vencer essa crise vai exigir um esforço coletivo e uma abordagem mais efetiva para lidar com essa realidade dura e invisível que coexiste com o brilho do Mundial.
E aí, gostou desse relato? A realidade pode ser dura, mas é importante que todos nós tenhamos consciência do que está acontecendo à nossa volta. Vamos juntos buscar mais informações sobre esse tema e lutarmos por soluções!
Fonte: UOL - Crise de opioides e pessoas em modo zumbi são lado B que Mundial não mostra