
Argentinos explicam: o que rolou com os clubes no Mundial?
Com as oitavas de final do Mundial de Clubes definidas, já dá pra ver que o domínio brasileiro no futebol continental tá firme e forte! Afinal, dos 16 finalistas, quatro são clubes do Brasil, o país pentacampeão.
Enquanto isso, nossos hermanos argentinos, que já foram uma potência no futebol, estão enfrentando um momento complicado. Para se ter uma ideia, o Boca Juniors empatou com o semi-profissional Auckland City, e o River Plate foi eliminado pelo Monterrey, além de ter se envolvido em cenas de violência em um jogo contra a Internazionale.
Mas por que isso tá acontecendo? Para entender melhor, batemos um papo com quatro especialistas argentinos, que apontaram vários fatores que explicam essa fase difícil do futebol por lá.
As causas da crise no futebol argentino
Os especialistas concordam em alguns pontos. O comentarista de futebol e técnico, Manu Vieyra, destaca duas questões principais:
Fuga de talentos: O Brasil tá atraindo muitos jogadores medianos que, antes, ficariam na Argentina. Um exemplo disso é Giay, que agora tá no Palmeiras.
Caos nas competições: O Campeonato Argentino perdeu sua identidade. As regras mudam toda hora, e até o rebaixamento foi retirado para agradar a todos os clubes e garantir votos para o presidente da confederação. “Essa é a situação atual”, diz Manu.
O autor da biografia Messi, um gênio na escola de futebol, Ramiro Martín, concorda sobre a fuga de talentos na juventude. "Um exemplo bem recente é o Mastantuono, que jogou pouquíssimo na Primeira Divisão e já tá saindo. O talento tá sendo exportado, e o sistema não reinveste no futebol, que, por sua vez, não vive em uma ilha, mas sim em um país em crise que não consegue competir com a força financeira do Brasil", completa.
A comparação com o Brasil
A comparação com os brasileiros é inevitável. Enquanto a Liga Argentina tá em queda, o Campeonato Brasileiro tá subindo de nível, em parte por causa da chegada de jogadores de outros países sul-americanos, incluindo a Argentina.
Sebastian Fest, correspondente do jornal espanhol El Mundo, levanta uma questão importante: “É hora dos argentinos enxergarem seu próprio campeonato com mais crítica. Ele tá defasado e é mal organizado.” Ele acredita que os argentinos supervalorizam seu torneio nacional, que é menos equilibrado e competitivo do que a Liga Brasileira.
Ele acrescenta que o título mundial da seleção, conquistado por Messi e sua turma há três anos, acaba mascarando os problemas. “A seleção foi campeã no Qatar com jogadores que atuam na Europa, exceto o terceiro goleiro. Isso explica por que a seleção ganha, enquanto os clubes argentinos não conseguem.”
Um exemplo do abismo entre os clubes
E tem mais! Juan Irigoyen, editor de esportes do El País em Barcelona, traz um exemplo pra mostrar a diferença entre os clubes de cada país: “O Palmeiras pagou 30 milhões de euros pelo Vitor Roque, que era do Barcelona. Nenhum clube argentino poderia fazer isso. O futebol de clubes brasileiros é superior; dá pra ver pelos últimos vencedores da Libertadores. A diferença nas cotas de TV e premiações também é gritante", afirma.
Os próximos jogos dos brasileiros
Agora, vamos ficar ligados nas oitavas de final! Os jogos dos quatro clubes brasileiros estão marcados para:
- Palmeiras e Botafogo: Sábado, às 13h
- Flamengo e Bayern de Munique: Domingo, às 17h
- Fluminense: Último a entrar em campo, na segunda-feira, às 16h
É, meus amigos, as coisas não andam fáceis para os nossos irmãos argentinos no futebol. Resta acompanhar o que vem pela frente!
Fonte: UOL - Argentinos explicam: por que os clubes do país fizeram feio no Mundial?