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·Fernando del Cantão·

'Não tenho medo': ela joga entre meninos no Flu e fez até gol em decisão

Quem não conhece o famoso grito de torcida: "Uh, vem que tem, é os 'moleque' de Xerém"? Essa música marcou histórias de conquistas do Fluminense nas categorias de base, e a pequena Alice Duarte fez o seu nome brilhar na última IberCup! No sub-11, ela se destacou jogando com os “moleques” e até fez um gol na final. Imagina só, com a camisa número 14, igual à do Germán Cano, tudo que faltou foi ela fazer o “A”.

Pioneirismo no Fluminense

Alice é a primeira menina a fazer parte do time masculino do Fluminense! Desde os 4 anos a paixão pelo futebol começou a crescer. Ela deu seus primeiros chutes em uma escolinha perto da casa dela, depois seguiu sua trajetória na Portuguesa-RJ e no Barra Futsal até chegar ao Tricolor, primeiro no sub-9 e, mais tarde, jogando em campo.

"Eu comecei a brincar de bola em casa, depois fui treinar e, aqui estou eu hoje. Eu me sinto bem jogando, não tenho medo! Vou pra cima!" conta Alice, um pouco tímida, mas cheia de garra.

Superando barreiras

Os pais da Alice, Hada e Rômulo, lembram como foi desafiador no começo. “Quando fomos procurar clubes, enfrentamos algumas dificuldades. Era complicado por ser tão nova e muitos locais não tinham time feminino. Por isso, ela sempre acabou jogando com os meninos," diz Hada.

Rômulo completa: "Jogos femininos são raros, e ela prefere jogar entre os meninos pela competitividade.”

Alice se inspira em grandes nomes do futebol, como Marta, Tamires e Cristiano Ronaldo. Na campo, ela é volante, enquanto no futsal joga como ala-esquerda. E, sem pensar duas vezes, ela revela que “prefere o campo! Imagine um futuro incrível no futebol e mal pode esperar para defender a seleção brasileira”.

Apoio da família e da torcida tricolor

A família é fundamental nesse caminho. Hada e Rômulo aparecem nos jogos com camisetas personalizadas — com o nome de Alice estampado — e levam cartazes para apoiar a atleta. Eles são parte da torcida tricolor, sempre animados!

"Sempre apoiamos! Jogamos bola quando éramos jovens e sabemos como é a vibe. Em casa, a Alice tem todo suporte e seus companheiros de time acolhem ela bem,” diz Rômulo.

Apesar de o futebol ainda ter uma cultura forte e masculina, eles até agora não testemunharam preconceitos mais graves. Rômulo comenta: "Acho que não enfrentamos casos muito sérios, só algumas coisas aqui e ali na arquibancada, mas o foco é seguir firme!”

Hada também fala com Alice sobre os desafios que ainda podem surgir no caminho dela.

Inspirando novas gerações

Alice já se tornou uma referência para outras meninas! Ela teve pedidos para fotos durante a IberCup e Hada compartilha: “Tem meninas da escola que começaram a jogar bola porque ela joga! Os colegas ficam super empolgados! Durante a competição, algumas meninas vieram tirar fotos com ela."

Fora de campo, Alice enfrenta o nervosismo. "Ela é tímida, mas solta no campo. As pessoas se aproximam e são super carinhosas com ela," revela.

A conquista do título

O Fluminense fez bonito no sub-11 da IberCup com uma goleada impressionante de 6 a 0 sobre o WB Soccer. O técnico Marcos Santana fez elogios à Alice: “O diferencial dela é a habilidade técnica e o cognitivo. Ela já treina e compete desde os sete anos! Chegou no futsal e fez a transição para o campo — hoje joga nas duas áreas! Esse alto nível cognitivo, combinado com a técnica, a ajuda a brilhar entre os meninos.”

E assim, ela segue seu caminho, quebrando barreiras e conquistando cada vez mais espaço no coração da torcida e no futebol!

Fonte: UOL - 'Não tenho medo': ela joga entre meninos no Flu e fez até gol em decisão

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