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·Fernando del Cantão·

Caso Botafogo: O que isso significa para os investimentos estrangeiros nas SAFs

Um embate nos tribunais

Recentemente, o grupo Eagle e John Textor estão na batalha judicial pelo controle da SAF do Botafogo. Para quem não sabe, o Textor é o grande fundador do grupo de multiclubes que inclui o Alvinegro, enquanto a Eagle, uma empresa do Reino Unido, é a verdadeira proprietária da SAF. Parece confuso, não é? Afinal, como pode o fundador e principal acionista de uma empresa estar em disputa por controle?

Contexto da disputa

Para entender essa situação, vamos voltar um pouco no tempo. O Textor conseguiu montar seu império de clubes com um bom empurrãozinho de investimentos de sócios, especialmente da Ares Management (um fundo dos EUA) e da Iconic Sports. E, adivinha? O valor envolvido nessa briga chega a impressionantes US$ 425 milhões (ou cerca de R$ 2,3 bilhões). A SAF do Botafogo foi parte das garantias desse mega negócio.

No entanto, a má administração de Textor, tanto no Lyon quanto na sua holding, levou os sócios a tirá-lo da gestão. O processo revela que, em abril, ele concordou em passar o controle para o diretor independente Cris Mallon, e já tem até a assinatura do Textor comprovando essa decisão.

Mudanças nas regras

Em meio a essa confusão, o Botafogo, como um clube associado, decidiu apoiar mudanças estatutárias na SAF, permitindo que uma venda para uma empresa nas Ilhas Cayman aconteça sem nem mesmo ouvir a opinião da Eagle. E, faz sentido a lealdade do Botafogo a Textor, já que ele foi o cara que se jogou para negociar com o clube desde o começo — a “cara” que comprou o Botafogo. Além disso, ele tem dívidas a cobrar do Lyon, e o clube associado, como sócio minoritário, precisa garantir que seus direitos sejam preservados.

O impacto nas SAFs brasileiras

E é aqui que a coisa fica complicada. Uma decisão da Justiça do Rio que favorece Textor pode trazer uma enxurrada de incertezas sobre o modelo de SAFs no Brasil. Afinal, quem vai querer colocar dinheiro em um clube-empresa onde não há segurança jurídica? Imagina só: uma empresa que detém 90% das ações de uma SAF acaba perdendo tudo e não vê uma moeda de volta!

E mesmo que o Botafogo e Textor ganhem essa batalha jurídica, será que conseguirão novos investidores depois de já terem deixado os antigos sem garantias? As dívidas do Botafogo com o Lyon não podem ser ignoradas, mas também precisamos lembrar que, na época, o Textor estava envolvido em todas as partes do negócio: Botafogo, Lyon e Eagle.

Essa confusão toda é um sinal claro de como as coisas podem ficar problemáticas com um modelo de administração centralizado, como o que o Textor instaurou.

Resumo da situação

Do lado do Textor e do Botafogo, eles lutam com unhas e dentes pelo controle de algo que vale muito pra eles. Do lado dos investidores, o raciocínio é simples: eles colocaram dinheiro e querem ver o seu retorno. E para aqueles que observam de fora, não tem como não enxergar essa disputa como um risco para o futuro dos investimentos em SAFs no Brasil.

Então, o que será do Botafogo e do futuro das SAFs por aqui? Vamos acompanhar de perto!

Fonte: UOL - Caso Botafogo pode impactar futuro investimento estrangeiro nas SAFs

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