
Cássio desabafa sobre a rejeição da filha autista nas escolas: 'Corta o coração'
O goleiro Cássio, que joga pelo Cruzeiro, fez um desabafo pesado nas redes sociais. Ele está enfrentando uma baita dificuldade para conseguir matricular a filha, Maria Luiza, de sete anos, que passou por um diagnóstico de TEA (transtorno do espectro autista), nas escolas de Belo Horizonte.
A luta pela inclusão
Cássio contou que Maria Luiza já recebe acompanhamento de uma profissional desde os dois anos, época em que a família ainda morava em São Paulo. O que deveria ajudar, na verdade, acabou se tornando um impeditivo: essa profissional é o motivo pelo qual as escolas da nova cidade não a aceitam.
Em suas palavras, a realidade da inclusão nas escolas é muito diferente do que se vê nos discursos otimistas. Segundo ele, apenas uma única escola topou aceitar Maria Luiza. “Ver sua filha ser rejeitada por ser autista é algo que realmente corta o coração. Inclusão não é só uma palavra legal em uma propaganda, é atitude,” desabafou Cássio no Instagram.
Busca incansável por uma instituição
O desespero na busca por uma escola foi compartilhado pela esposa de Cássio, Janara Sackl, em uma conversa com o UOL. Ela relatou que mais de cinco escolas já disseram "não" à matrícula de Maria Luiza.
“Visitamos várias escolas bem conhecidas e ‘conceituadas’ desde que chegamos em Belo Horizonte. Já foram mais de 5 que negaram a participação da nossa assistente terapêutica em sala de aula,” explicou Janara. “Ela, que acompanha a Maria desde os 2 anos, aceitou vir conosco aqui para Minas Gerais e dar continuidade ao tratamento.”
Recentemente, o casal mudou de endereço em BH e, por isso, está à procura de uma nova escola. A atual fica muito longe de onde moram e da terapia da pequena, mas até agora, a busca segue sem êxito.
Direitos garantidos, mas esquecidos?
É importante lembrar que a Lei nº 12.764/2012, que estabelece a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, diz que pessoas autistas são consideradas como tendo deficiência para todos os efeitos legais. Essa lei também garante que se houver comprovação da necessidade, a pessoa com TEA tem direito a um acompanhante especializado nas classes comuns de ensino regular.
Cássio, assim como muitos outros pais de crianças autistas não verbais, compartilhou a dor de enfrentar a rejeição em busca de uma educação inclusiva. Ele enfatizou que a única esperança que a família tem é a única escola que aceitou a Maria Luiza. Caso contrário, a pequena ficaria sem a oportunidade de estudar em Belo Horizonte.
O goleiro ressaltou seu descontentamento com as escolas que se dizem inclusivas, mas na prática, acabam não aceitando crianças como sua filha. Essa é uma realidade que precisa mudar, e a inclusão precisa sair do papel para realmente acontecer.
Fonte: UOL - Cássio desabafa após filha autista ser negada em escolas: 'Corta o coração'