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·Fernando del Cantão·

"Não conto com dinheiro da arbitragem", diz árbitro gerente de serralheria

A rotina do árbitro Davi Lacerda

Olha só a vida do Davi Lacerda, um árbitro capixaba de 29 anos que apitou a vitória do Fluminense sobre o Atlético-MG no último sábado! Ele acorda cedinho todo dia para dar expediente na sua outra carreira, porque, meus amigos, a grana do apito não é tudo isso. O cara recebeu R$ 5.250 pela partida, segundo a tabela de 2025, mas se ele trabalhasse na escala de quarta e domingo, o salário poderia ser mais semelhante ao de um executivo de empresa grande. Mas, no futebol, nada é garantido, né?

A vida dupla de Davi

A real é que a carteira de trabalho é o que garante a grana no final do mês. Davi é gerente de uma serralheria em Serra, no Espírito Santo, e tem uma equipe sob sua responsabilidade. Como essa questão da profissionalização da arbitragem ainda está longe de se concretizar — a previsão é só para o fim de 2026 — a pressão e a incerteza são parte do dia a dia dos árbitros brasileiros.

Atualmente, Davi não é um dos supremos árbitros com o selo Fifa, que recebem mais por partida, por isso mantém seu trabalho fixo. O jeito que ele se organiza pra treinar e manter a forma física? Ele tem um combinado com o chefe que dá uma flexibilidade no horário. “Tenho um acordo comercial com os donos da minha empresa e isso acaba me dando uma flexibilidade maior com relação aos jogos e treinamentos, sem deixar minhas funções de lado. Consigo trabalhar com meu notebook, emitir relatórios e entregar resultado para o dono. Quando estou no trabalho, sigo a rotina normal. À noite, é hora de treinar para a arbitragem,” contou Davi ao UOL.

A busca pela evolução

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) está em cima dos árbitros, dando orientações e feedback sobre suas atuações mensalmente. Porém, a parte física e o dinheiro extra para sustentar os treinos e preparadores é uma responsabilidade de cada um. E Davi não é diferente: ele paga do próprio bolso por um time de apoio que conta com fisioterapeuta, nutrólogo e preparador físico.

O sonho desse árbitro é, claro, viver só da arbitragem um dia. Para isso, Davi guarda cada centavo das taxas que recebe. É uma estratégia pra investir, enquanto a serralheria ainda sustenta o lar. E ele é bem direto: “Eu não conto com o dinheiro da arbitragem”.

Quer saber mais sobre as loucuras da vida dos árbitros? Dá uma olhada na matéria completa: A vida quase amadora dos árbitros no Brasil.

Fonte: UOL - 'Não conto com dinheiro da arbitragem', diz juiz gerente de serralheria

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