
'Nos crucificam por um lance. Quantos passes o jogador erra?', diz árbitra
O papel da arbitragem no futebol brasileiro
Depois de um final de semana recheado de decisões polêmicas, a arbitragem brasileira está no centro das atenções. O UOL trouxe à tona relatos sobre a vida dos árbitros, que muitas vezes parece mais amadora do que profissional. Um dos destaques dessa história é Edina Alves Batista, a mulher que se firmou como uma das principais árbitras da CBF.
Pressão e responsabilidade
A pressão psicológica é um elemento crucial para a sobrevivência de um árbitro. Atualmente, tanto Ramon Abatti Abel quanto Lucas Casagrande estão na berlinda, mas todos já enfrentaram seus próprios momentos de crise. Edina, por sua vez, também carrega a responsabilidade extra de ser uma representante das mulheres em um meio predominantemente masculino.
Ela já tem uma Copa do Mundo feminina no currículo e continua se dedicando à arbitragem, mesmo que não tenha uma carreira formal nessa área. A Federação Paulista tem sido uma grande aliada nesse sentido.
A rotina da árbitra
Edina acredita que a rotina de treinos ajuda a protegê-la contra os erros, mas ela sabe que ninguém está imune a falhas. Para ela, a grande questão é a diferença de tratamento entre jogadores e árbitros. "Em um lance, as pessoas nos crucificam. Mas quantos passes o jogador erra? Ele erra porque quer? Jamais. Igual o árbitro. O árbitro é o mais cobrado. Somos humanos também. A pressão é normal. Todos que estão no futebol lidam com isso", explicou Edina.
Para ela, deixar o respeito pela arbitragem de lado não é saudável. Ela reafirma a paixão pelo que faz: "Nós amamos o que fazemos. Quando entramos naquele campo, damos o nosso melhor. Porque ganhamos quando estamos lá. Fora dele, não ganhamos nada. A gente fica em casa sem jogo, não recebemos salário."
O que vem pela frente
Para os árbitros Ramon Abatti Abel, Lucas Casagrande e a equipe de vídeo, os próximos dias serão focados em treinos, reavaliações e muita reflexão, tudo para evitar novos erros, pelo menos por um tempo. E o que dizer sobre a profissionalização? A CBF está se movimentando para que essa e a próxima temporada sirvam como um grande filtro. Os árbitros que se destacarem terão a chance de se juntar à primeira turma de profissionais, prevista para dezembro de 2026.
Parece que a arbitragem no Brasil está caminhando para um novo patamar, mas a jornada ainda tem muito pela frente.
Fonte: UOL - 'Nos crucificam por um lance. Quantos passes o jogador erra?', diz árbitra