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·Fernando del Cantão·

Botafogo na Visão de John Textor: 2025 e Muito Mais

Um Ano Difícil

Após um 2024 incrível, onde o futebol brasileiro brilhou com a conquista da Libertadores e do Campeonato Brasileiro, John Textor, o dono do Botafogo, tem enfrentado algumas tempestades. A situação não está fácil: Textor se vê envolvido em disputas judiciais com outros acionistas da Eagle, seu grupo empresarial, enquanto o time sofre uma eliminação precoce na Libertadores e na Copa do Brasil, além de ficar longe da briga pelo título do Brasileirão.

De olho na turbulência, Textor se sentou para uma entrevista exclusiva com o UOL em setembro. Com a Eagle sendo agora administrada por um diretor independente devido ao litígio entre acionistas, as incertezas sobre o futuro do Botafogo no grupo são palpáveis. Em meio a isso, Textor compartilhou que não descarta a possibilidade de se afastar e até recomprar o clube.

"Essas grandes decisões levam tempo. Espero que possamos continuar juntos e manter o sucesso, mas se tiver que rolar uma separação, quem sabe eu não encontre novos parceiros para isso?", comentou ele.

O Planejamento em Ação

Textor também se mostrou confiante com o planejamento do time. Para ele, não há por que achar que estamos numa crise.

"Foi um ano complicado, mas não vou me desculpar por estarmos em quinto ou sexto lugar. Sou otimista que estaremos no G4 e voltaremos à Libertadores."

Na mais de uma hora de bate-papo, ele revirou o baú, lembrando como chegou ao Botafogo através do LinkedIn, quando recebeu uma proposta do Thairo Arruda, atual CEO do clube. A conversa sobre investimento no time se iniciou ali.

"Oportunidades aparecem quando você menos espera. E eu sabia que o Thairo não tinha ideia do meu histórico no futebol, que começou em 2005."

O Começo de Tudo

Ele começou sua jornada com uma academia de futebol para ajudar jovens sul-americanos nos EUA e, após dificuldades em outros negócios, se dedicou totalmente a ela. "Aprendi que muitos dos melhores talentos são invisíveis, não são descobertos," explica.

Agora, falando sobre sua adaptação à cultura do futebol brasileiro, Textor relembra um momento difícil que o moldou: "O fracasso em 2012 foi constrangedor, mas me tornaram mais forte. Sempre acreditei que eu era feito para o futebol."

Construindo Relacionamentos

Quando questionado sobre sua habilidade de reconstruir relações - em especial após desavenças com Leila Pereira do Palmeiras - Textor explicou: "Cresci com TDAH, e isso pode me deixar focado demais em alguns objetivos."

Ele diz que sempre teve o cuidado de não acusar a Leila. "O que todos presenciamos é uma verdadeira epidemia de manipulação de resultados."

E, segundo os colegas no Botafogo, sua capacidade de construir para o futuro é um de seus pontos mais fortes. Mas, Textor admite que a situação neste ano não tem sido fácil: "Algumas críticas são bobas. Nós ganhamos um campeonato graças a boas decisões e planejamento."

A Estrutura do Time e as Desafios

Sobre o departamento de scouting do Botafogo, Textor explicou que conta com um olhar preciso de pessoas como o Alessandro Brito. "Ele avalia jogadores não só pela habilidade, mas também pelo tempo necessário para receber, girar e passar a bola."

Ele também conecta os clubes da sua rede por meio de grupos no WhatsApp, construindo um relacionamento sólido entre suas equipe.

"Se o olheiro do Brasil gosta de um jogador, e o da França também, não tem como estar errado," afirma Textor.

O Botafogo na Auge do Debate

O ano de 2023 teve muitos conflitos, e Textor não tem medo de assumir que fez inimigos com algumas declarações polêmicas. Ele refletiu: "Olha, eu sou humano e já concordamos que a relação com a Leila ficou estranha. Mas, ao final das contas, somos competidores. A vida segue."

Falando sobre a situação financeira do Botafogo, Textor garantiu que as coisas estão indo bem, numa trajetória que passou de 20 milhões de dólares em receitas para mais de 200 milhões atualmente.

"Estamos falando de um fluxo de caixa saudável. Foi um crescimento real, e isso começa lá no Lyon, onde as coisas não estavam sendo contabilizadas corretamente," explicou.

Futuro Incerto, Mas Esperançoso

Ele finalizou dizendo que não sabe exatamente o que vai acontecer, mas garante que gostaria de continuar com o Botafogo. "Olha, eu quero morrer com o Botafogo, mas os torcedores talvez me matem antes se não ganharmos a Libertadores todo ano," ele disse em tom de brincadeira.

"O meu objetivo é que a Eagle continue unida, porque essa relação com múltiplos clubes tem funcionado bem."

Paralelamente, existem conversas sobre possíveis separações, com Textor recorrendo a novos parceiros para manter a chama viva e o Botafogo em alta no mundo do futebol.

Então, o que podemos esperar para o Botafogo e para Textor daqui pra frente? O futuro é incerto, mas uma coisa é certa: a paixão e a determinação de Textor não irão faltar.

Fonte: UOL - 'Botafogo está bem. Desculpe se dizer isso incomoda', diz Textor sobre 2025

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