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·Fernando del Cantão·

Quem leva a melhor? Real Madrid x Barcelona e os ecos do futebol brasileiro e português

Se você já ouviu falar de Lamine Yamal, sabe que o garoto não tem papas na língua. Recentemente, ele desabafou no podcast do Gérard Piqué que o Real Madrid "rouba e depois protesta". Isso não caiu nada bem nem na Cidade Desportiva do Real Madrid, nem na Catalunha. Por lá, o debate sobre as atitudes de Lamine em campo versus seu comportamento fora dele está bem agitado. Ele é, de certa forma, o Neymar da nova geração. E, segundo sua defesa oficial, só faz festinhas nas folgas. Mas internamente, a preocupação é real.

Aquecendo o Debate sobre Arbitragem

O que realmente nos interessa aqui é o clima cada vez mais acirrado em relação à arbitragem. Ninguém se incomoda mais com isso do que o diretor-executivo do Flamengo, José Boto, que prefere não lembrar do famoso episódio do Apito Dourado. O detalhe é que ele nunca esteve envolvido com isso, e fica todo mundo se perguntando se a história do “roubo” não é só uma imitação do que já aconteceu lá atrás. Lamine Yamal grita alto porque acredita que assim não será “roubado”.

Mas, até que se prove o contrário, ninguém está realmente sendo lesado. Os árbitros, como qualquer profissional, erram e acertam, assim como médicos, advogados e jornalistas.

O Que Foi o Apito Dourado?

Para quem não lembra, o Apito Dourado foi um escândalo de corrupção no futebol português que veio à tona com o livro "Eu, Carolina", lançado em 2006 pela ex-namorada do presidente do Porto, Pinto da Costa. Nesse livro, Carolina Salgado expôs coações, agressões e tráfico de influências. José Boto e Abel Ferreira não têm nada a ver com essa história.

Se você já acompanhou o futebol português desde então, sabe que frequentemente surgem acusações antes de jogos decisivos, duas ou três semanas antes, para pressionar os árbitros baseado em escândalos passados. Tem até quem diga: "O Primeiro-Ministro é um baita cara, tem um carinho especial pelo Glorioso e hoje o SLB tá na liderança." Essas falas aumentam as tensões e criam um clima de desconfiança.

A Guerra das Acusações

Vem à mente a tal mensagem do ex-árbitro Adão Mendes para Pedro Guerra, da Benfica TV, que remonta a 2014. Embora não seja prova de crime, o Porto a usou para acusar o Benfica, da mesma forma que o Benfica fez com o Porto em relação ao Apito Dourado. Nessa guerra levada por gritos, quem barulha mais pode acabar levando a melhor. O mesmo vale para Lamine Yamal e o Real Madrid. E a rivalidade entre Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira só reforça isso, assim como a briga entre Flamengo e Palmeiras neste Brasileirão.

E as Provas, Cadê?

Se tem documento comprovando alguma irregularidade, que se mostre! Antes disso, Lamine Yamal, os ecos do Apito Dourado e a vibe do Brasileirão parecem insistir em manter a cultura do futebol latino que ainda não entendeu que só existe um produto a ser vendido: o Campeonato.

Dizer que um time está sendo favorecido sem apresentar provas é como abrir um açougue e pendurar uma placa na porta dizendo: "Temos carne estragada!" E, acredite ou não, o impressionante é que os últimos três Brasileirões tiveram as maiores médias de público na história dos estádios brasileiros.

No fim das contas, o futebol sempre encontra um jeito de resistir.

Fonte: UOL - Quem rouba mais? Real Madrid x Barcelona imita futebol do Brasil e Portugal

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