Gracias, Zubeldia!

Por _Almir Moura*

Zubeldía é um cara raro! Sério, é difícil encontrar alguém como ele no mundo do futebol. E, além disso, é extremamente digno. Lembra quando ele recusou aquela proposta do São Paulo no passado? Ele achou melhor tirar um tempo para si, reorganizar a mente e voltar com tudo. E olha que ele tinha acabado de ter uma passagem super bem-sucedida pela LDU!

Enquanto muitos treinadores aceitam qualquer oferta, mesmo não estando na melhor forma, Zubeldía optou por esperar. Ele foi muito correto nessa decisão. E aí, tempo depois, o São Paulo voltou a chamar e, dessa vez, eles “deu match”! Começou, então, a jornada dele com o tricampeão da Libertadores e Mundial.

Desde o início, Zubeldía mostrou que entendia a história do São Paulo como poucos. Ele respeitou tudo isso, do primeiro ao último dia no clube. E pra nossa alegria, ele deixou o time sem perder um jogo sequer na Libertadores em duas edições! 14 partidas, zero derrotas. Algo que ninguém mais conseguiu fazer no Morumbi!

Ah, e seu desempenho no Campeonato Brasileiro de 2024 foi incrível, classificando o clube para a Libertadores do ano seguinte. Isso é um verdadeiro feito, especialmente considerando que a administração do Júlio Casares já está com os piores números que o São Paulo viu em sua história nos pontos corridos. Culpa só do técnico? Não dá pra afirmar…

Ele avançou até as oitavas da Copa do Brasil deste ano! Na edição anterior, acabou sendo eliminado de forma digna pelo Galo nas quartas. E se não fosse aquele gol inacreditável perdido pelo Lucas na primeira partida, poderíamos ter visto mais conquistas!

Na Libertadores de 2024, a saída foi honrosa também. O time caiu nas quartas, mas nos pênaltis (e, novamente, Lucas e Calleri perderam algumas oportunidades incríveis). Enfrentaram o Botafogo, um time com investimento bem superior, que acabou levando o título.

Com um elenco limitado, Zubeldía sempre deu o melhor de si. Ele fez maravilhas e entregou muito mais do que recebeu. E não podemos esquecer do Estadual: mais uma vez, ele conseguiu uma campanha decente, mesmo com a diretoria e o presidente nadando contra a corrente, fazendo coisas que quase sabotavam o planejamento do treinador.

E mesmo sem qualquer investimento, ele nunca se queixou. Nunca jogou a culpa de resultados ruins em ninguém. No entanto, depois de uma má fase recente no Brasileiro, ele repensou a situação. Percebeu que já não dava pra tirar mais nada do elenco e pediu pra sair. E como saiu! De forma nobre, sempre pensando no bem-estar do clube acima de si mesmo. Até mesmo a multa de rescisão deixou pra trás!

É uma pena que ele não tenha conquistado um título, mas a sua hombridade e caráter fazem com que ele saia de cabeça erguida. Pela porta da frente.

Gracias, Zubeldía! Muchas gracias!

Almir Moura é baiano de Rodelas, professor, pai de Juan e Mari, são-paulino e colaborador do blog.