Como o Rebaixamento do Lyon Pode Afetar o Modelo de Multiclubes do Textor

Recentemente, a DNCG, que é o órgão responsável pelo controle financeiro na França, decidiu rebaixar o Lyon para a segunda divisão devido à falta de recursos. Essa notícia não é só um balde de água fria para o clube francês, mas também joga uma grande sombra sobre os planos do empresário John Textor, que, além do Lyon, também comanda o Botafogo.

Recorrendo da Decisão

O Lyon já anunciou que vai recorrer ao tribunal de apelações da DNCG. Existe um plano em andamento, com a participação de Textor e outros investidores, para tentar reverter essa situação e evitar o rebaixamento. Para entender tudo isso, é bom lembrar que Textor comprou o Lyon em 2022 e fez isso com a ajuda de um empréstimo de US$ 405 milhões do Ares Management, que, por sinal, tá rendendo juros de 13% ao ano.

A Sutileza da Gestão Textor

Nos últimos três anos à frente do Lyon, Textor enfrentou uma série de perguntas da DNCG sobre seus gastos, principalmente considerando que a dívida do clube beirava os 500 milhões de euros. Ele até vendeu o time feminino e outros ativos para segurar as contas.

A questão é que o modelo de multiclubes de Textor depende de um caixa único que envolve Botafogo e o Moolembeck, da Bélgica. Isso significa que ele precisa de um constante fluxo de dinheiro entre os clubes pra cobrir os buracos financeiros.

Regras Francesas e Buracos Financeiros

A França tem suas regras—algo parecido com um Fair Play financeiro—que pedem claridade sobre como o orçamento será cumprido. Se as contas não fecharem, é preciso apresentar garantias ou ter uma ideia de onde o dinheiro irá entrar. No caso do Lyon, o buraco era de incríveis 175 milhões de euros. Textor tinha um plano que cobria boa parte disso, mas ainda faltavam cerca de 40 milhões de euros.

Ah, e tem mais! A venda do Crystal Palace, feita pelo Textor, não estava contabilizada porque ainda não foi aprovada pela Premier League.

Com a falta de recursos e a pressão crescente, o Lyon acabou rebaixado.

Os Desafios que Textor Enfrenta

Agora, ao tentar salvar o Lyon, Textor enfrenta dois grandes problemas: dinheiro e reputação. Ele já não conta com a simpatia de outros clubes franceses por ter tentado se valer das regras de forma questionável, incluindo um empréstimo de Almada, enquanto estava com um transfer ban.

Isso tudo acabou gerando uma resistência também entre as torcidas organizadas do Lyon, que pedem a saída de Textor. Além disso, há uma insatisfação com a ideia de dividir receitas com o Botafogo.

Apressando Mudanças?

Com isso, a Ares Management está considerando a possibilidade de forçar a dívida em cima de Textor para salvar seu investimento e mudar a gestão do Lyon, como noticiou a imprensa francesa. Ele poderia trazer alguém para assumir o clube. Textor tem resistido a essa ideia, mas a pressão é forte.

Qualquer que seja a saída, a relação entre os clubes—como compra de jogadores e dinheiro em comum—enfrentará inúmeros obstáculos. Se Textor perder a gestão, quem quer que assuma o Lyon pode querer pensar o clube de forma isolada. Se ele continuar, terá de se enquadrar nas regras financeiras francesas.

Impactos Financeiros e Futuros Incertos

Se o rebaixamento for confirmado, o Lyon pode perder cerca de 6 milhões de euros, segundo uma fonte na França. E, vamos ser sinceros, a Ligue 1 já tá sofrendo com a baixa nas receitas de TV, mesmo arrecadando dez vezes mais do que a Ligue 2 (400 milhões contra 40 milhões de euros).

Além das finanças, pode haver um impacto significativo na participação do Lyon em competições europeias, bilheteiras e acordos de marketing. Afinal, esse é um clube que está acostumado com a Ligue 1.

No fim das contas, a situação do Lyon vai influenciar diretamente o futuro do Botafogo também. Com a crise do Lyon se desenrolando, é difícil imaginar que qualquer modelo de negócios, com ou sem Textor, permaneça igual. Tanta coisa ainda pode mudar!